Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa nos apresenta a afirmação do real poder feminino no cinema e na cultura pop.

Não é novidade que personagens femininas quase sempre costumam ser vistas, de maneira sexualizada e quase sempre feitas para o público masculino, seja com pernas definidas ou um decote profundo. 

Grandes exemplos de mulheres que mudaram isso são Sarah Connor, de Exterminador do Futuro, e Ripley, de Alien, que provaram que as mulheres não precisam de homens pra salvar o dia.

Mulher-Maravilha se tornou um marco feminino da cultura pop, ainda mais quando a diretora Patty Jenkins rebateu a declaração de James Cameron de que a sua Sarah Connor era um exemplo melhor de heroína por não ser um ícone de beleza:

Se as mulheres sempre precisam ser difíceis, duronas e perturbadas para serem fortes, e não estamos livres para sermos multidimensionais ou celebrar um ícone para mulheres do mundo todo por ela ser atraente e amável, não chegamos muito longe, não é mesmo?”. 

Bom de lá pra cá as mulheres vem ganhando cada vez mais força e espaço na cultura pop, seja com a mega atuação de Margot Robie em Esquadrão Suicida e até mesmo com a  Capitã Marvel.

Vamos ao filme:

A Arlequina é uma personagem que vem sendo maltratada enquanto jura amor eterno ao seu agressor e isso se tornou algo insustentável, na animação isso foi tratado com uma relação com Hera Venenosa, que foi a sua guia de liberdade, já no cinema as coisas não são tão simples assim, é tudo uma questão de sobrevivência, ou seja, ela se emancipa ou morre. 

E é disso que se trata parte da trama do longa, a Arlequina cai em si de que ela não precisa do coringa para ser quem ela é e sim ela percebe que era ela a responsável pelo sucesso do vilão.

O roteiro de Christina Hodson aborda questões bem interessantes visto que cada personagem tem um arco próprio, mas todas chegam ao mesmo final proteger Cassandra Cain (Ella Jay Basco) do vilão Máscara Negra de  Ewan McGregor.

O elenco tem seus altos e baixos, Mary Elizabeth Winstead está muto bem no papel da caçadora, adaptando muito bem uma pessoa que foi criada por mafiosos com seu traquejo social, Rosie Perez, aparece meio deslocada dentro dessa equipe, sendo um clichê policial com alma de heroína enquanto que Jurnee Smollett-Bell, a Canário Negro tem uma certa química com qualquer personagem com quem contracena além de passar o filme todo com um certo medo da responsabilidade da sua própria voz.

O longa é contado ao ponto de vista da protagonista Harley Quinn facilmente e isso faz com quem a bagunça do roteiro tente passar desapercebida se associarmos o mesmo à loucura da personagem.

O tom do filme segue por um caminho perigoso que nos faz lembrar de Deadpool e se seguisse pelo mesmo caminho tornaria o filme melhor, desde que mantida a identidade do longa e isso talvez tenha feito a diretora Cathy Yan seguir por um caminho diferente.

As lutas são muito bem coreografadas e vemos aqui o toque da equipe de John Wick, aliás, (o diretor da franquia Chad Stahelski e sua empresa 87eleven foram responsáveis pelas coreografias de luta) fazendo da ação de Aves de Rapina um ponto de interesse, não parte do protocolo. São cenas que usam a feminilidade como força, como fonte da sua brutalidade. O corpo esguio usa o peso do capanga contra ele mesmo, a puxada de cabelo parte da nuca para machucar mais.

Aves de rapina é claramente um filme feito por mulheres, e diretora Cathy Yan deixa isso bem claro em detalhes que “homens” não teriam pensado: “soco no meio dos peitinhos” é golpe baixo, assim como o elástico para prender o cabelo é um aliado essencial na batalha final. Vale lembrar que no o longa não passa a mensagem de “proibido homens aqui”.

Mesmo com suas habilidades modestas e os problemas comuns dão ao filme um senso comum e realista e um exemplo disso é que a relação entre Arlequina e seu pão com ovo vale aqui muito mais do que o destino da humanidade. 

O Máscara Negra não é aquele super vilão que estamos acostumados, mas pode ser assimilado com um vilão de desenho animado, assumindo sua caricatura de um recurso narrativo desse realismo “fantabuloso”. 

No final das contas aves de rapina não é aquela obra cinematográfica como foi The Joker, muito menos uma superprodução como Vingadores: Ultimato, mas é um filme que surpreende se você assiste com o olhar certo 😉
Se você gostou não deixe de compartilhar o post com os amigos que você conhece nas redes sociais porque isso ajuda demais a gente.

Aproveite e salve o Compilação Nerd em seus favoritos (CTRL + D) para depois não esquecer de nos visitar sempre que desejar, pois ficamos muito felizes quando você vem aqui outras vezes, sério ;)

Agora que a notícia acabou assine nosso canal e fique por dentro de tudo que rola no mundo da cultura pop!

Crítica / Review
Intenso e bem girl power
7.9
Caída de paraquedas no mundo gamer e nerd, se tornou uma apaixonada assumida pela cultura POP além de uma talentosa escultora, se desdobra para o funcionamento do site, seja tirando fotos em eventos, realizando filmagens e correndo de zumbis...